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Sou Padre Católico. Tenho moralidade, mas não sou moralista. Sou convicto, mas não sou intransigente. Tenho princípios, mas não sou fundamentalista.

sábado, 21 de abril de 2012

DA LAMENTAÇÃO E DO MEDO À ALEGRIA E A PAZ EM CRISTO RESSUSCITADO.





            Iniciando a terceira semana da Páscoa o Cristo Ressuscitado nos oferece mais uma vez a sua Paz. Depois de acompanhar dois discípulos no caminho para Emaús, aquecendo os seus corações e ceando com eles, Cristo  entra no meio do Apóstolos e comunica-lhes o Shalom: a plenitude dos bens messiânicos prometido por Deus ao seu povo na Antiga Aliança. A expressão usada por Jesus não é uma simples saudação cultural ou votos de uma paz psicológica em meio ao desânimo e ao medo. Como Judeus, os apóstolos sabiam bem o significado da “saudação” do Senhor: “a paz esteja convosco”. Deus não abandonou o seu povo, cumpriu a promessa feita aos patriarcas citados por Pedro na primeira leitura da liturgia deste domingo:  13“O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos antepassados glorificou o seu servo Jesus”. Neste sentido entendemos que a Ressurreição de Jesus nos abre a perspectiva de um tempo novo, marcado não pela lamentação e o medo, mas pela alegria e a paz, como fruto do Mistério de Morte e Ressurreição de Jesus. A Paz que o Senhor oferece é fruto de sua oferta na Cruz e da força da ressurreição que brota dela. Corresponde a toda sorte de Bênçãos do Alto, que vindo de Deus resgata o homem de si mesmo, não o abandonando à própria miséria, mas resgatando sua dignidade e estabelecendo uma Nova e Eterna Aliança, realizada no tempo e na história, mas ultrapassando-os. Restabelece-se assim no Novo Adão, o vínculo de Amor entre Deus e o homem, rompidos no início dos tempos pelo pecado do Velho Adão.
Na segunda leitura, São Paulo nos adverte para a necessidade de vivermos este tempo novo como uma contínua conversão no sentido de permanecermos fiéis ao que Deus nos revelou e realizou em nós pela Ressurreição de seu Filho, e  pelo testemunho dos Apóstolos. Conservar em nossa vida o dom da ressurreição de Jesus para vivermos plenamente no Amor de Deus:  5aNaquele, porém, que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado”.  É neste Amor de oferta e resgate de nossa dignidade que somos chamados a encontrar força e ânimo para enfrentar as desilusões da nossa vida, e os temores de um futuro que não conhecemos, confiando na misericórdia e presença benevolente dAqule que está conosco e é a razão da nossa esperança. Como testemunhas deste Mistério, somos chamados a oferecer ao homem e a mulher de nosso tempo, marcados pelo desespero, a paz de Cristo Ressuscitado como um bem em favor do resgate da dignidade da vida humana, da real promoção dos povos e construção de um mundo novo. Como Cristãos, devemos ser promotores da Paz do Ressuscitado que fecunda nos corações humanos a coragem e a esperança de dias melhores. As inquietações do nosso tempo e a contínua busca exasperada do Ser humano pela felicidade só encontrarão respostas quando nos deixarmos encontrar e penetrar pela força do Mistério de Cristo, que “abre a nossa inteligência”, nos livra de nossas ilusões e desperta-nos para um horizonte novo de possibilidades. É Santo Agostinho quem nos lembra : “O coração do homem está inquieto até que repouse em Deus”. A Paz do Ressuscitado esteja com todos. Assim seja. Amém.

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