14EU SOU O BOM PASTOR. CONHEÇO AS MINHAS OVELHAS, E ELAS ME CONHECEM.
Neste quarto domingo da Páscoa a Igreja celebra o dia mundial de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas. Neste, chamado Domingo do bom Pastor, somos convocados como rebanho do Senhor a meditar sobre nossa vocação e interceder pelo surgimento de novas vocações na Igreja. Na imagem de Cristo Bom Pastor o seu rebanho se edifica; e na escuta de sua voz por meio de uma intimidade crescente as ovelhas discernem seu “lugar espiritual” na Igreja, e a missão própria a ser realizada no mundo.
A vocação, sendo um dom de Deus, é fruto do discernimento que cada um faz na Igreja da escuta da Vontade de Deus para a própria vida. 14Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem. A Igreja, como mãe, tem o dever de educar os seus filhos no caminho do discernimento vocacional. A vocação diz respeito à identidade de cada pessoa, àquilo que somos e não podemos deixar de ser sob o risco de nos fragmentarmos e sermos estranhos a nós mesmos e ao mundo. O dom que Deus oferece é para a felicidade própria que será alcançada na realização de uma missão específica. Na medida em que acolhemos livremente a vontade de Deus em nossa vida por meio de uma vocação, nos dedicamos a ela, nos aproximamos da felicidade e da realização pessoal.
O Homem e a mulher somente se realizam quando descobre em Deus sua vocação e a vivem plenamente. A felicidade e a realização pessoal estão condicionadas à oferta que cada um faz livremente de si mesmo na vivência integral de uma vocação que se desenvolve no exercício de uma missão específica em cooperação com Deus. A vocação é ao mesmo tempo dom para a felicidade própria e um meio que Deus dispõe para a realização do seu Mistério de Salvação. Ao vivermos integralmente nossa vocação nos orientamos à felicidade por uma vida de cooperação com Deus na edificação do seu Reino.
Sob a Imagem do Cristo Bom pastor e da Igreja como seu redil, entendemos que o ponto de partida de um bom discernimento vocacional está na escuta da Voz do Pastor, na Igreja, na vivência da unidade e comunhão. Em meio a tantas vozes que se manifestam dentro e fora de nós, numa sociedade barulhenta e inquieta, faz-se necessário crescer na intimidade com Cristo para poder distinguir lucidamente Sua Voz, não a confundindo com nossas vozes interiores e as vozes dissonantes da cultura. A Voz dEle é para o rebanho a voz fundamental a partir da qual o homem e a mulher se reconhecem e despertam para uma vocação na Igreja que será vivida numa perspectiva missionária, como expansão da missão de Cristo, pedra angular; aquela que sustenta o “edifício da vida humana”. Que o Senhor por meio do Seu Espírito fecunde nossa vocação e desperte no meio do seu rebanho, operários para a messe.